segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Dia Chuvoso


Hoje o dia teima em não amanhecer
Nuvens densas cobrem o céu
Uma forte chuva cai
E teima em não deixar o sol nascer
Meus pensamentos voam
Enquanto ainda estou deitado
Ouço apenas o som da chuva
Ao cair no meu telhado
Essa doce melodia
Que lembra que a vida me aguarda
Do outro lado da porta
Um mundo em movimento ali está
Mas em dia de chuva
Tudo se move devagar
Menos a água
Esta está sempre a correr
Assim como a água dos meus olhos
Que teima em sempre escorrer
Tudo passa lentamente
Em uma cadencia mórbida
Ainda dentado em minha cama
Lembro-me que a vida chama
E eu tenho que levantar
Olho o mundo lá fora
Tudo em tom cinza está
Assim como em um filme de Charplin
Que a tecnologia não veio retocar.
Volto a minha realidade
Onde o caos de um dia me aguarda
Onde a chuva vira enxurrada
E leva tudo por onde passa
Mas nada posso fazer
A não ser de vez acordar
E a realidade do meu dia chuvoso
Tenho que novamente enfrentar.

domingo, 16 de outubro de 2011

Dor


Ainda ouço o som da minha respiração
Meu coração mesmo dilacerado teima em bater
A brisa quente do verão toca meu rosto
Mas não quero acordar
Meus olhos já não suportam a claridade
Quero a escuridão da noite e o frio do inverno
Que ele adormeça meu corpo
E congele meu coração
Para que eu possa ficar ali
Apenas parado
Esperando que o tempo cure as minhas dores
Que as lembranças abandonem a minha mente
E eu possa novamente me levantar
E a minha longa caminhada retomar
Mas eu ainda estou aqui
Deitado com todo o meu pesar
Esperando que a dor passe
Ou que a morte venha me buscar.

Libertação


Enfim meus olhos se fecham
Para nunca mais se abrirem
Resta agora meu corpo gelado
Esperando para que os vermes
Venha devorá-lo
Enfim chegastes a mim
Oh adorável dama noturna
Destes-me o beijo que tanto almejei
Um beijo mortal da única dama que amei
Enfim não preciso mais ver o sol
Não preciso mais sorri
Não preciso mais me alegrar
Não preciso mais amar
Deliciem-se com meu cadáver
Adoráveis vermes
Acabem com o ultimo vestígio de vida
Que ainda resta em mim
Deixem apenas meus ossos
Para mostrar ao mundo
Que um dia eu existi
Uma existência plena e inútil
Em um mundo maravilhoso
Porem imundo
Enfim me libertei dessa prisão
Resta agora minha pobre alma a vagar
No silencio sem fim
Na escuridão mortal