domingo, 25 de setembro de 2011

Crônicas de um poeta


Eu sou uma fraude
Não escrevo nada de bom
Mas ainda sim escrevo
Invento uma realidade
Crio meu mundo
Vivo meus sonhos
Vôo, nado, faço o que quero
Sou rei, mendigo, sou o que eu quiser.
Pois nas coisas que escrevo
Serei imortal
Ainda que uma imortalidade inútil
Mas ainda sim imortal
Escrever...
Banalidade, sonho, fantasia
Tudo em um único universo
O universo do tolo poeta
Que sonha com um mundo
Passa-o pra um papel
E acha interessante
Muito interessante
Viver em um mundo de delírio
Onde não de distingue
Sonho realidade e desejo
Tudo vira uma só coisa
Eis que de repente o inesperado acontece
Seus delírios transpostos em palavras
Tornam-se versos, seus versos poemas.
E todos te aplaudem
E o poeta tomado pelo êxtase
Escreve novamente
Ah vida louca essa
Onde todos os meus delírios e sonhos
Tornam-se delírios e sonhos de outras pessoas
Será que somos todos iguais.
Não o poeta não é igual
Ele da sua cara a tapa
Ele joga seus sonhos ao mundo
Interessantes ou não
Deixa os outros sonharem com ele
Se emocionar com ele
É um se corajoso
Que se expõe, pronto para ser aplaudido
Oi vaiado, pois a vida tem dois lados
E ainda sim escrevo
Escrevo porque gosto
Exponho a todos o que sou
O que sinto, o que sonho
Sou a mais sabia das criaturas
Pois todos lembraram de mim em meus versos
Como o sentimental, o poeta, ou apenas o louco
Mas ainda sim escrevo
E você ainda lê minhas loucuras
Mundo louco esse né?
Mas vou escrevendo
Expondo meus sentimentos
Transformando sonhos em palavras
Sentimentos e emoções em versos
Pois um poeta é assim
Um eterno louco com seus delírios
Onde a imaginação o leva ao infinito
E ele vive a sonhar apenas a sonhar.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Uma morte para mim


Mais uma vez estou aqui
Nessa manhã cinzenta
Renascendo para um novo dia
Revivendo para uma nova tortura
Que dilacera minha alma
Consome meu corpo
Corrompe todo meu viver
Ah dia amargo e cruel
Porque teima em nascer?
Porque teima em me mostrar sua cara?
Teima em minha vida fazer morada?
Oh vida louca vadia
Porque em mim faz moradia?
Vai-te de mim de uma vez
Livra-me de toda essa angustia
Mostro – te agora que sou fraco
Que não demonstro reação diante de ti
Leve-me para onde quiser
De preferência rumo a morte
Pois é ela que eu almejo
É ela que desejo
Desejo me livrar
Desse dia a me chamar
E na noite escura eternamente morar
Pois lá é o meu lugar
é onde eu quero ficar
Longe da vida doce
E de todas as manhãs cinzentas
Quero morrer simplesmente morrer
E dessa vida torturosa desaparecer